Tenho na minha gaveta abraços não dados, beijos guardados, sorrisos perdidos, choros contidos e felicidade abortada.
Tenho na minha gaveta perguntas incompreendidas, respostas malditas, tristezas adquiridas, relações mal terminadas, histórias inacabadas e palavras nunca ditas.
Tenho na minha gaveta cartas não enviadas, agendas rabiscadas, bloquinhos de anotações, afeto recolhido, cartas recebidas, amor exacerbado, saudades infinita e livros para ler.
Tenho na minha gaveta presentes, contratos, homenagens, certificados, fotos e recados.
Tenho na minha gaveta lembranças recolhidas, lembranças a deriva, lembranças bem guardadas e quase esquecidas.
Tenho na minha gaveta lembranças que me importam muito e algumas que não me importam mais.
A minha gaveta transborda melancolia. Creio que já está na hora de fazer uma faxina.
(Alessandra Rocha)
Minhas gavetas estão assim, também. Mas, sabe? Tranquei todas. Só as abro para tirar as lembranças boas de vez em quando, olhá-las por uns instantes e guardá-las novamente. Deixo tudo trancado. As ruins? Estão mais ao fundo da gaveta. É, ainda não tive coragem para jogar tudo fora. Dói ter de olhar para elas outra vez e sentir tudo de novo. Melhor esperar a dor passar de vez. Quando não me machucarem mais, tiro tudo e enterro, como já fiz outras vezes.
ResponderExcluirAmo essa imagem, de guardar "lembranças na gaveta".
Tão bom quando me vejo em palavras que não são minhas e são minhas, ao mesmo tempo.
Beijos, menina linda minha.