quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ele Sempre Soube - O beijo



- Não fala nada. Eu beijo e você pensa. 


Foi isso que eu disse depois de beijá-lo no sonho que ele teve ? - Eu pensava e sorria imaginando como o subconsciente dele chegou a esse ponto numa das primeiras semanas em que nos conhecemos.
O bom era saber que ele já havia sonhado comigo.Mas esse sonho me intrigava. Eu jamais havia feito isso e não sei se teria a coragem de fazer algum dia, pois, nas relações que eu tive anteriormente, foram os homens que tomaram a iniciativa e não eu.

Uma semana após o baile, combinamos de nos encontrar no shopping. Queríamos um tempo a sós, para conversar e tentar entender o que se passava dentro de nós. Eu já sabia o que se passava dentro de mim. Eu estava irreversivelmente apaixonada por ele e não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso. Nos falávamos todos os dias e tudo isso porque entre todas as coincidências das nossas vidas, uma delas era que ambos fazíamos parte da promoção Vivo On, o que facilitava e muito, o nosso contato diário. Desde o princípio havíamos sido sinceros um com o outro. Eu sabia de suas dores, medos, traumas e principalmente sobre o que ele ainda sentia pela ex. Eu disse que a única coisa que eu não queria era me tornar um ''band-aid'' para ele. Eu queria apenas, me entregar ao que eu estava sentindo. Eu não tinha nada a perder. Depois de muito ter sofrido, não havia mais dor no meu coração. EU estava livre. Livre para ser feliz e amar outra vez.Eu já havia decidido. Iria me arriscar. Deixei o medo de lado e me joguei de cabeça nessa história, que estava apenas começando. 

Domingo, vinte e três de outubro de dois mil e onze. Vesti a roupa que eu mais gostava, coloquei o sapato mais bonito e confortável. Coloquei meu perfume preferido e penteei o cabelo diferente do habitual. Fiz uma maquiagem básica. E depois de estar pronta, fiquei a espera da minha prima com seu namorado para irmos ao shopping. Eu iria com eles, e encontraria o rapaz dos meus sonhos lá.
Depois de quarenta minutos, chegamos no shopping. Meu estômago borbulhava e meu coração parecia querer saltar pela boca. Não me aguentava mais de tanta ansiedade. 

'' Eu vou ver ele. Eu vou ver ele. '' Era só nisso que eu conseguia pensar. 
Chegamos na Entrada das Árvores e lá ele estava.Sentado, calmo, lindo, e a minha espera. 
''SIM, ele estava me esperando'' eu pensava enquanto me aproximava lentamente.

Em poucos segundos eu já estava nos seus braços. Sentindo o seu perfume e o calor do seu abraço. Percebi então, o quanto de saudade transbordava em mim desde o baile. Que coisa louca.O baile tinha sido a exatamente uma semana e o tamanho da saudade equivalia a quase um ano.Aquilo era um sintoma de paixão.Eu não tinha dúvidas.

Estávamos em seis pessoas. Eu, ele, o Thiago (seu amigo), a Karina (minha irmã), a Michele (minha prima) e o Lucas (namorado da minha prima). Depois das apresentações e dos cumprimentos, começamos a seguir  em direção ao cinema, afinal, ainda teríamos que escolher o filme que iríamos assistir.
Antes de irmos para fila, paramos em frente a livraria e começamos a observar os livros nas estantes. Em meio a conversas paralelas, de súbito ele me abraçou e nesse abraço terno eu permaneci. Fechei os olhos e pude sentir o calor do seu corpo se misturando ao meu. Eu conseguia sentir o seu coração pulsando e a forma calma dele respirar. Fui me afastando lentamente e antes que o abraço se 
desfizesse, seus lábios tocaram os meus de maneira calma e serena, seu hálito doce e quente inundou o meu ser e eu me entreguei... Meu coração batia depressa e as minhas mãos passeavam pela sua nuca. Eu não pensava em parar tão cedo, pois se tratava do nosso primeiro e tão esperado beijo. Permanecemos naquele doce beijo durante alguns segundos e só paramos porque percebemos que estávamos sendo observados. Envergonhada, enterrei meu rosto em seu peito e o abracei pela cintura. 

- O que foi ? - Ele disse rindo. 

- Todo mundo está nos olhando - Eu disse ainda com o rosto em seu peito. 
- Mas e o que é que tem ?
- Eu estou morrendo de vergonha.


Ele apenas sorriu e me abraçou. Quando a vergonha passou, ele segurou meu rosto em suas mãos e me olhou com encantamento, fazendo com que eu me derretesse inteira por dentro.Naquele momento, lembrei  do mensagem que ele me enviou no dia do baile em resposta a que eu havia enviado antes de dormir.
'' Eu só quero que o nosso beijo aconteça quando sentirmos a certeza em nossos corações. Não quero começar nada com você por impulso para depois terminarmos por motivo banal. ''

Aquilo ecoava nos meus pensamentos.
Ele estava me ganhando nos detalhes e mal suspeitava...
Eu estava completamente apaixonada e todos os meus pensamentos pertenciam a ele.


(Alessandra Rocha)
  

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ele Sempre Soube - O Baile


♪ '' You know that I could use somebody
  You know that I could use somebody 
Someone like you ''
 ♫




Abraçados e embalados com a música, cantávamos em uníssono. Eu sentia o calor de suas mãos na minha cintura, e ele o cheiro do meu cabelo. 
Não entendi como aquilo aconteceu. Ele simplesmente veio por trás e me abraçou, como quem deseja proteger uma espécie em extinção de possíveis predadores. Ele agiu por instinto e apesar de envergonhada, nos seus braços eu permaneci. 


Era sábado, e a meia noite estava quase se aproximando. Estávamos em sete pessoas no Baile do Havaí*, a festa mais esperada do final do ano na cidade.Todos nós curtíamos a festa, cantando e dançando muito, quase não parávamos. Eu e ele nos olhávamos a todo momento, como se pudéssemos transmitir ao outro, apenas com um olhar, o que estávamos pensando.Depois do episódio ocorrido ao som da Banda Mídia cantando Kings Of The Leon, eu me sentia mais atraída por ele.Como um imã ou como a lei da gravidade talvez. Só sei que algo me puxava para mais próximo dele, e eu não tinha forças para evitar. Quando andávamos um ao lado do outro, era impossível nossos corpos não se tocarem. Quando olhávamos um para outro, era impossível nossos olhos não brilharem. A expectativa de que algo acontecesse entre nós nesse baile era enorme, mas havia cautela de ambos os lados.A festa estava linda, frutas por todos os lados, flores e muitas cores.Tudo estava na mais perfeita harmonia. Assim como nós.
Com quatro ambientes, era quase impossível permanecer em único lugar o que nos fazia parar um pouco para descansar, beber ou comer algo. Fomos para o ambiente balada, um casal que nos acompanhava sentaram-se  ao lado da parede do recinto para descansar e eu os acompanhei. Já passava das três horas da manhã e eu já estava cansada e com muito sono. Ele dançava com o resto da galera me olhando vez ou outra  e eu sorria para ele de onde estava. Até o momento em que ele saiu da pista de dança para me fazer companhia.


- Eu parei de dançar porque quero ficar mais tempo com você - Ele disse sussurrando em meu ouvido. 


Eu apenas sorri. Não sabia como agir, muito menos o que dizer. Na verdade eu não queria dizer nada. Queria evitar que ele percebesse o quão encantada eu (já) estava por ele. 
Ele se aproximou com a cadeira para mais perto de mim e segurou a minha mão. Por um impulso encostei minha cabeça em seu ombro, e no mesmo instante ele virou a cabeça para me olhar. Permanecemos naquele estado de encantamento e ficamos nos olhando infinitamente, como se só houvéssemos nós naquele lugar. Eu não consegui desviar meu olhar, talvez porque eu não quisesse desviar. Ele tinha um olhar doce, sereno e sublime. E seu sorriso dizia para mim que ele gostava do que via no meu. 
Aquele olhar era o indicio de que algo nos tocava profundamente e de que algo poderia acontecer ali. Um beijo talvez ? Mas eu não me sentia segura. Não queria me arrepender de nada que se referia a ele. Apesar da vontade que eu sentia em beijá-lo, eu permaneci apenas olhando e ele nada forçou. Sabíamos que não era o momento. Por isso, nada aconteceu. 

Mas aquele olhar bastou, bastou por tudo que eu havia vivido até então. Bastou pela sensação que me trouxe. Bastou, porque eu sabia o que estava por vir.

Eu já nem sabia distinguir se a palpitação que eu sentia era da batida da música que tocava no ambiente ou se era do meu coração irregular. Eu só sabia que eu queria continuar ao lado daquele ser, até a música acabar , até o sol tomar o lugar da lua.


 Era ele que eu estive esperando toda a minha vida. Meu coração me dizia isso.  


♫ '' Você sabe que eu preciso de alguém
Você sabe que eu preciso de alguém
Alguém como você.'' ♪


Use Somebody - Kings of the leon


(Alessandra Rocha )

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ele sempre soube - O jogo

Dia doze de outubro de dois mil e onze, domingo, dia das crianças.
Eu estava ansiosa desde que abri os olhos e levantei da cama. Depois de muitas mensagens, ligações e conversas no msn, a única coisa que eu desejava era reencontrá-lo e saber se tudo que eu estava sentindo era real.
Pensamentos me deixaram absorta a maior parte do tempo.
 ''O que será que ele quer?'', ''O que será que ele está pensando?'', ''Será que ele é diferente dos outros?'', ''Será que ele sente algo por mim?'',''Como será que ele irá reagir no mesmo ambiente que a ex?''
Várias perguntas permaneciam na minha cabeça e nenhuma continha respostas.

O jogo de vôlei estava combinado as quatro horas da tarde e eu ansiosa desde que acordei.
Ás três e vinte ele já estava em casa, minha mãe o atendeu, e eu estava acabando de me arrumar.
Quando sai, ele me olhou com encantamento:

- Você não vai jogar?
- Vou, porque?
- Você vai jogar linda assim?


Como assim linda? Eu estava com uma calça legging, uma mini-veste com capuz e tênis. Eu estava com uma roupa para esporte e ele me achou linda? Ok. Eu levei como um simples elogio, não queria criar nenhuma expectativa além das que eu já tinha dentro de mim.

Entramos no carro e fomos até o clube da empresa em que eles trabalhavam.

Chegamos, cumprimentamos todas as pessoas presentes no local e separamos os times por um sorteio. Eu cai no time dele e isso foi bem legal.


Começamos a partida, eramos três times, sempre que um perdia, jogava contra o outro. E essa era a minha chance. Chance de analisá-lo e perceber qualquer indício de amor pela ex (apesar de saber que existia, mesmo sem ele demonstrar). Os jogos foram divertidos e a coisa mais  gostosa era vê-lo me parabenizando por algum ponto ou defesa. Os jogos seguiram até as pessoas começarem a se dispersar e ir embora.

Dezenove horas. Ele teria que deixar minha irmã e eu em casa, mas antes chamou o primo para ir junto  e nos convidou para ir comer lanche na praça. Aceitamos, e ao som  de Bone Thugs N Harmony voltamos zuando, cantando e rindo no carro.



Chegamos na praça, pedimos nossos lanches e sentamos no banco onde ele parou com o carro em frente. Enquanto o lanche não ficava pronto, conversávamos sobre assuntos variados e aleatórios. 

De repente seu celular tocou, ele olhou como quem lê o nome na tela e saiu para atender alguns 8 metros de nós. 

''- Hummmm, será que ele tá ficando com alguém? Quem será que é? Porque ele não atendeu aqui? Porque eu tô inquieta? Será que isso é ciúme? Mas eu tô sentindo ciúme de alguém que eu nem beijei? Porque eu tô sentindo raiva? Será que vai começar tudo de novo? '' 


Enquanto a Ká e o primo deles conversavam, esses pensamentos me deixavam em estado de alerta. A única coisa que eu não queria era me apegar a ele e sofrer qualquer decepção futuramente. Eu o observava de longe, tentando codificar as palavras que saiam dos seus lábios. Me intrigava não saber com quem ele falava e o que mais me deixava inquieta era não saber qual era o grau de afetividade que essa pessoa tinha na vida dele. 

A partir de então, percebi que algo em mim já tinha mudado. Eu havia criado expectativas e eu só esperava que essas expectativas não fossem em vão. 

Ele desligou o telefone e veio em nossa direção sem nada falar, foi até o carrinho de lanche ver se estava pronto e seu primo o acompanhou. Eu estava de costas para eles e conversava com a Ká sobre algum assunto rotineiro. Senti as mãos de alguém vendando meus olhos e sem nada falar a pessoa permaneceu. Percebi que o silêncio era uma forma de dizer : '' Adivinhe quem é.'' então comecei apalpar os braços, e mesmo sabendo que se tratava do Francisco, através do perfume que invadia as minhas narinas, averiguei se eram os braços largos e fortes que tinham jogado vôlei naquela tarde ensolarada. 

- Hummmm... Francisco ?
- Olha, ela sabe que sou eu! - Ele disse tirando as mãos dos meus olhos.

Claro que eu sabia, através do perfume inconfundível e dos braços fortes e largos... Mas isso, era algo que ele não precisava saber. E ele não soube. 




Os lanches ficaram prontos, nos apertamos no banco para que coubéssemos os quatro e comemos sem muito assunto. Assim que acabamos, pedi para que ele nos levasse embora, pois já passavam das oito horas da noite e por se tratar de um domingo, diga-se de passagem, já era um pouco tarde. 

Quando chegamos em casa, nos despedimos e a Ká o convidou para ir no Baile do Havaí conosco. Ele disse que se tivesse folga no dia iria com muito prazer e ainda levaria o seu primo junto. Ok, estava combinado, e apesar de eu querer muito que ele fosse, não foi eu quem o convidei, o que significava que se ele não fosse, eu não teria nenhuma expectativa frustada e isso era bom. 

As expectativas ainda estavam no mesmo estágio. Até o momento em que sentei na cama e meu celular começou a vibrar. Era uma mensagem. Uma mensagem dele. 

- Eu achei que você não fosse jogar hoje, porque você estava linda. O dia começou lindo e ficou mais lindo a partir do momento em que você entrou no carro. 

Eu fiquei sem palavras e mais  tarde ele enviaria a mais significativa de todas:
- Eu só inventei de comer lanche pra ficar mais tempo com você. Só inventei de ir no baile para evitar que algum ''gavião'' atacasse. 

Eu não acreditei quando li, apenas sorri. 
E sobre as expectativas. Bem, elas já estavam maiores do que deveriam. 
Aos poucos ele me conquistava e então percebi que tinha entrado num caminho sem volta... Ou eu me arriscava a ser feliz ou eu desistia sem tentar. Mas no meu vocabulário, a palavra ''desistir'' havia deixado de existir há muito tempo, então só me restava a primeira opção.




P.S: Antes desse episódio, havíamos nos encontrado na Jornada Mundial dos Jovens, onde ao nos despedirmos, ele me deu um selinho no canto da boca, que me deixou envergonhada e confusa ao mesmo tempo. Ele já sabia o que queria e isso era fato irrevogável. 


(Alessandra Rocha )




quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Uma pausa

ATENÇÃO: Este post é contra-indicado para pessoas com diabete, pois, possui alto índice de doçura.


Ah o AMOR...
É o sentimento que chega sem avisar e arrebata nossos corações sem nenhum pudor. Traz uma paz tão intensa  e uma euforia tão grande, que quase se torna um sentimento contraditório.
Ele enobrece e abençoa a pessoa que sente e tranquiliza e felicita o obejto desse amor.
É tão feliz amar e é tão sublime ser amado.
Hoje percebo que aquilo que eu via nos filmes e novelas era apenas 1/3 do que o amor realmente é.
O Amor é mais do que vemos nos filmes, ele foge de explicações e entendimento.O Amor foi feito para ser sentido, e eu,  acredito fielmente nisso.
Descobri que a fé é o primeiro caminho para se amar verdadeiramente. Quando se ama de verdade não existe medo, dor, sofrimento, ciúme ou insegurança alguma.O Amor verdadeiro acaba com tudo isso. Existem pessoas, que não sabem se amam de verdade, e na minha opinião, quando ela sente qualquer um dos sintomas citados acima, é porque não ama, no máximo, sente carinho, adimiração ou até a famosa paixão.E como todos nós sabemos, a paixão acaba, e acaba com um tempo diferente para cada envolvido. O que significa que sempre haverá um, que sairá machucado da relação.
Quando amamos de verdade, não ficamos a todo momento vigiando os passos do  companheiro(a), pensando que ele(a) pode estar te traindo ou que ele(a) não te ama.
Quando a gente ama, a gente confia, a gente se dá, se entrega e não quer mais voltar.
Quando amamos, não esperamos ser retribuidos da mesma forma.Simplesmente ficamos felizes por saber que aquele sentimento habita o nosso ser.
FELIZES são aqueles que conhecem o AMOR.
Quem ama não cobra, não julga, não maltrata. Quem ama cuida, compreende e confia.
Sou nova sobre esses assuntos de amor , mas vou aprendendo a cada dia , como é bom amar.
E quando uma história de amor, começa guiada pelas mãos de Deus, não há o que temer.
ELE deu, então só ELE tira. Acredite no amor, mas não o procure. Ele acontece quando menos se espera e acaba apenas se Deus permitir.Eu AMO, Ele AMA.
E Você, também sabe Amar ?



P.S: Abençoados são as pessoas que sentem AMOR ou despertam o AMOR de alguém.

(Alessandra Rocha )

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ele sempre soube - O Anjo


“Quem é esse aqui falando comigo no chat do facebook?“ – Pensei 
“Ah, é o irmão do chefe da Ká.“

“ Mas ué, eu tenho ele no facebook?” – Indaguei-me espantada.
“ Ah, devo ter aceito ele sem perceber.” – Refleti.

Engraçado né? Hoje em dia, conhecemos as pessoas, e em seguida adicionamos nas redes sociais. Eu faço muito isso. E que bom que as redes sociais existem.
Começamos uma conversa simples no chat do facebook. Como quando teria outro boliche de novo, e o fato daquele dia ter sido divertido.
Mas ele lamentava:

- Não era pra eu estar lá aquele dia. Só fui mesmo, porque meu irmão precisou de alguém pra levar a galera. Do contrário eu não estaria.


E eu também lamentava:

- Não liga pra isso não. Eu também só fui por causa da minha irmã. Meu pai só deixaria ela ir se eu fosse junto.

Em suma, ambos caímos de ‘’gaiato’’ na história. E o sentimento de coincidências começou naquele momento.

Logo já estávamos conversando no MSN. E a partir de então, passamos dias assim. Com a Ká foi a mesma coisa.
Tornamo-nos amigos, a Ka, ele e eu.
Ele cantava pra gente no MSN, conversava pelo microfone enquanto respondíamos digitando do outro lado. Riamos muito e nos divertíamos sempre. Passamos dias assim.
Ele começou a me falar sobre a sua vida e eu sobre a minha. Fomos aos poucos nos conhecendo melhor.

- Me passa o número do seu celular? – Ele digitou no MSN.

Hein? Ele quer o número do meu celular? Pra quê? Por quê? Ele quer me ligar? O que ele quer? Eu passo ou não passo? Vou mentir. Não, vou passar. Vou passar?

Pensei, pensei. E ele deveria estar pensando lá do outro lado:

- Será que ela foi abduzida? Porque ela não responde?

Bem, eu não queria dar meu número e nem entendi porque ele pediu.
Eu não queria passar, porque sabia que a partir do momento em que eu passasse, criaria expectativas quanto a ele. Expectativas. As traumatizantes expectativas.
Mas pensei de novo e passei.
Pronto, os dados foram lançados - Pensei
E ele, de súbito me mandou a 1° mensagem de muitas que começamos a trocar.

Viramos amigos desde então.

A turma se reencontraria novamente num Jogo de Vôlei no dia das crianças, estávamos ansiosos para nos ver. Eu ia dizer nos reencontrar, porém, nos conhecemos por acaso e no dia do boliche só trocamos meros ‘’ Olás’’ além de algumas meias dúzias de palavras.

A cada mensagem, descobríamos coincidências nas nossas vidas. Desde a mais simples como o signo igual (ambos sagitarianos) até a mais complexa, como a visão que temos do mundo.
É raro isso acontecer, e por incrível que pareça, foram os mínimos detalhes que fizeram com que eu me encantasse por ele.

E foi então que eu percebi que ele tinha se tornado especial demais pra eu não me importar com o que aconteceria entre nós. Ele começou a habitar os meus pensamentos de uma forma insuspeitada. Ele mal sabia o quanto eu pensava nele e o quanto já tinha tomado conta dos meus pensamentos.




(Alessandra Rocha )

Ele sempre soube - Boliche



"Ás vezes a vida nos prega peças inesperadas.E o que é melhor: nos mostra um jeito novo de caminhar. Ou um caminho diferente a seguir. “



                         
                                                                                                     ...
- Ah Kah... Eu ir ao boliche? Só vai ter pessoas do seu trabalho e eu não conheço ninguém.
_ Ah Lê, vamos? É a despedida de uma amiga nossa. E se você não for, o pai não vai me deixar ir. – Disse minha irmã, ao lembrar-se dos motivos pelos quais nosso pai não deixava mais ela sair sozinha pra nenhum lugar.

Houve silêncio.
Eu estava pensando se queria ou não ir ao boliche. Eu andava desanimada, cansada e estressada pra sair pra qualquer lugar. Eu não queria ir, e talvez não fosse.  

- Ah, vou pensar... Depois eu te falo. – Falei.

Semanas se passaram, e numa sexta-feira - dois dias antes - eu resolvi que queria ir e avisei minha irmã. Ela ficou eufórica, sabia que dessa maneira ela iria.

Domingo chegou, houve vários imprevistos. E tudo que havia sido combinado, deu errado. O carro que iria nos pegar na rodoviária não foi... E então, o chefe da minha irmã pediu para o irmão mais novo dele nos pegar na rodoviária.
Éramos três. Minha irmã, o amigo dela e eu. O amigo dela conversava no celular, via MSN, com a amiga do trabalho deles que estava saindo da empresa. Ela tinha sido namorada do irmão do chefe da minha irmã, fazia um ano que eles estavam separados e ela dizia não estar confortável com a situação, pois o ex, AINDA gostava dela.
Eu, nem estava concentrada nos fatos que ocorriam ao meu redor, estava absorta, twittando no celular. Nem sabia a quem eles se referiam nas conversas rápidas enquanto esperávamos o tal irmão do chefe na rodoviária.

Entre tweets e risadas, um Peugeot parou na nossa frente. Era ele, falava ao celular enquanto abríamos a porta do carro e entravamos. Sentei no banco atrás dele, e através do retrovisor vi seu rosto e disse olá.
Ele deu partida, e perguntou onde era a casa da menina que ainda faltava antes dele ter que pegar sua ex.
No som, ele ouvia Roupa Nova... Músicas românticas demais para um rapaz sério e reservado como ele. Achei fofo. Mas guardei aquele pensamento para mim. Continuei twittando, e só parava quando minha irmã falava algo pra mim.
E assim foi... Pegamos a menina que faltava e partimos para a casa da ex dele. Ele parecia ansioso, nervoso e até feliz. Apesar da ansiedade, se mostrava confiante. E assim permaneceu.
Quando chegamos à cidade onde a ex dele morava, o amigo da minha irmã ligou para ela falando que estávamos chegando, ela disse que estava num ponto de ônibus perto da sua casa. Então fomos até lá.
Chegamos. Ela entrou no carro. E apesar de estressada, simpaticamente deu oi a todas as pessoas que habitavam o carro do seu ex, inclusive a ele.
Fomos conversando, e ele não parava de cantar músicas do Roupa Nova que de certa forma poderiam soar como indiretas para ela. E soavam. Nesse momento entendi o porquê dela não querer ir com ele. Ele ainda a amava, apesar do tempo em que estavam separados. Ele a amava. Pude ver isso em seu olhar através do retrovisor.
 
Chegamos ao shopping, e lá conheci todas as pessoas que trabalhavam com a minha irmã. Todos muito simpáticos, mas confesso ter ficado meio deslocada no meio daquelas pessoas que tinha acabado de conhecer. Estava envergonhada, essa é a palavra.

Separados por grupos de 6, começamos a partida. Um grupo em cada pista.
Houve um momento em que minha irmã me cutucou e falou baixo no meu ouvido :

- Lê, o Francisco é bonito né?

Eu olhei rapidamente tentando saber a quem ela se referia. Vi o irmão do chefe dela.’’ Então Francisco era o seu nome’’ - pensei. E para a pergunta dela só pude responder um ‘’ É. ‘’ Até porque, beleza nunca foi um motivo forte pra que eu me interessasse por alguém.  A única coisa que eu pude perceber aquele dia era como ambos estavam sem graça. Estar no mesmo lugar que o a pessoa que sofre por você há 1 ano deve ser ruim. Mas estar a 1 metro de distância de quem (ainda) se ama e ter que agir como não se importasse é pior ainda.
Pois é. Ele estava impaciente, e muitas vezes ficava absorto. Preso em pensamentos quase codificados pelas expressões de sua face. E eu pensava comigo: ‘’ Eu sei o que ele está sentindo. ‘’ E sabia de fato. Pois amar e não ser correspondida foi o que me atormentou durante 6 anos. Mas passou. E eu superei.

Depois do Boliche, fomos todos para uma lanchonete. Comemos, rimos, nos conhecemos. E foi a partir daí que tudo começou...


 (Alessandra Rocha)





Ele sempre soube - Um ponto final, um recomeço


                                                                                                                                  ''Engraçado que quando a gente 
pára de acreditar em “amor da vida”,
um amor pra vida da gente aparece.''


Fernanda Melo


Eu andava meio assim, calada, quieta, inquieta e desacreditada.
Desacreditada, contudo, no amor.
SIM, meus caros. Embora eu já tivesse encontrado o amor, ele havia se perdido de mim e parecia que nunca mais me encontraria. Parecia...
Eu sempre fui calma e tolerante, sempre levei a risca o que meus pais me aconselhavam. Afinal, eles já viveram e passaram por muita coisa, logo, eles entendem mais do mundo do que eu.
Eu percebi, depois de alguns anos, como eles estavam certos. E a melhor coisa que eu fiz, foi sempre obedecê-los e aguardar calmamente que as coisas acontecessem (naturalmente) pra mim.
Bem, depois que o amor fugiu de mim, eu comecei a me preocupar com tudo que não estivesse ligado a ele. Ou seja, passei a me preocupar com o futuro, arrumei trabalho, fiz minha faculdade. Sempre me preocupei com a minha independência, e é isso que almejo.
Meu único desejo até o momento era ser bem sucedida na profissão, edificar minha família e conservar os (poucos) amigos verdadeiros que tinha.
Na virada de 2010 para 2011 eu fiz várias promessas (que nunca foram cumpridas) e fiz vários pedidos, do qual apenas um foi atendido. Esse pedido se realizou em 2011, e, diga-se de passagem, mais rápido do que eu pensei.
Pedi para esquecer um amor que durou 6 anos. ISSO mesmo. 6 anos de dor, angústia, e sofrimento. 
Pois é. Quem mais além de mim iria fazer um pedido desses?
Menina sonhadora e confiante que sempre fui, acreditava que tudo era simples, fácil e bom.
Minha vida deu muitas voltas em 2011, me deparei com 1 criança e  1 homem.
A criança era um “rapaz” que despertava encantamentos a base de mentiras e segundas intenções, imaturo e irresponsável, não queria nada sério. E depois de sofrer uma vez, minha mascara de bobinha foi aposentada e desse tipo de cara eu fugi para bem longe.
Já o homem, era um “rapaz” sério, amável e fácil de amar. Porém, inocente fui eu ao pensar que o amor pode nascer quando a gente quer. O amor acontece quando menos esperamos. E isso era fato irrevogável para mim.
Esse homem se entregou de corpo e alma, esse homem poderia morrer por mim, e eu vi que não seria justo continuar com algo que não me levaria a lugar nenhum. Terminei antes que começasse. Coloquei um ponto final numa história linda de amor que jamais chegou a acontecer, porque seria uma história de amor unilateral, e a partir de então, não seria mais tão linda assim.
Entre tantos pontos finais, no meio dessas reviravoltas, me dei conta de que tinha esquecido o objeto de amor que me marcou durante anos. Pergunto-me se é por isso que dizem que o 1° amor a gente nunca esquece. Sim, esqueci de dizer no início, o cara de quem gostei por 6 anos foi meu 1° amor. E sabe, eu o agradeço tanto, pois foi através de tudo que senti por ele que eu amadureci e aprendi.
Aprendizado válido para uma vida inteira. Ele me preparou para o que estava por vir.
Sim. Foi esse o motivo de não termos ficados juntos. Não era, nem nunca foi ele. E isso eu descobriria tempos depois...





(Alessandra Rocha )

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Só pra constar...

”O que me interessa no amor, não é apenas o que ele me dá, mas principalmente, o que ele tira de mim: a carência, a ilusão de autossuficiência, a solidão maciça, a boemia exacerbada para suprir vazios. Ele me tira essa disponibilidade eterna para qualquer um, para qualquer coisa, a qualquer hora. Ele apazigua o meu peito com uma lista breve de prós e contras. Mas me dá escolhas. Eu me percebo transformada pelo que o amor tirou de mim por precisar de espaço amplo e bem cuidado para se instalar. O amor tira de mim a armadura, pois não consigo controlar a vulnerabilidade que vem com ele; tira também a intransigência. O amor me ensina a negociar os prazos, a superar etapas, a confiar nos fatos. O amor tira de mim a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. E é por isso que o amor me assombra tanto quanto delicia. Porque não posso virar as costas pra uma mania quando ela vem de uma pessoa inteira. Porque eu não posso fingir que quero estar sozinha quando o meu ser transborda companhia. O amor me tira coisas que eu não gosto, coisas que eu talvez gostasse, mas me dá em dobro o que nunca tive: um namoramento por ele mesmo. O amor me tira aquilo que não serve mais e que me compunha antes. O amor tirou de mim tudo que era falta.”

Marla de Queiroz