sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ele sempre soube - Boliche



"Ás vezes a vida nos prega peças inesperadas.E o que é melhor: nos mostra um jeito novo de caminhar. Ou um caminho diferente a seguir. “



                         
                                                                                                     ...
- Ah Kah... Eu ir ao boliche? Só vai ter pessoas do seu trabalho e eu não conheço ninguém.
_ Ah Lê, vamos? É a despedida de uma amiga nossa. E se você não for, o pai não vai me deixar ir. – Disse minha irmã, ao lembrar-se dos motivos pelos quais nosso pai não deixava mais ela sair sozinha pra nenhum lugar.

Houve silêncio.
Eu estava pensando se queria ou não ir ao boliche. Eu andava desanimada, cansada e estressada pra sair pra qualquer lugar. Eu não queria ir, e talvez não fosse.  

- Ah, vou pensar... Depois eu te falo. – Falei.

Semanas se passaram, e numa sexta-feira - dois dias antes - eu resolvi que queria ir e avisei minha irmã. Ela ficou eufórica, sabia que dessa maneira ela iria.

Domingo chegou, houve vários imprevistos. E tudo que havia sido combinado, deu errado. O carro que iria nos pegar na rodoviária não foi... E então, o chefe da minha irmã pediu para o irmão mais novo dele nos pegar na rodoviária.
Éramos três. Minha irmã, o amigo dela e eu. O amigo dela conversava no celular, via MSN, com a amiga do trabalho deles que estava saindo da empresa. Ela tinha sido namorada do irmão do chefe da minha irmã, fazia um ano que eles estavam separados e ela dizia não estar confortável com a situação, pois o ex, AINDA gostava dela.
Eu, nem estava concentrada nos fatos que ocorriam ao meu redor, estava absorta, twittando no celular. Nem sabia a quem eles se referiam nas conversas rápidas enquanto esperávamos o tal irmão do chefe na rodoviária.

Entre tweets e risadas, um Peugeot parou na nossa frente. Era ele, falava ao celular enquanto abríamos a porta do carro e entravamos. Sentei no banco atrás dele, e através do retrovisor vi seu rosto e disse olá.
Ele deu partida, e perguntou onde era a casa da menina que ainda faltava antes dele ter que pegar sua ex.
No som, ele ouvia Roupa Nova... Músicas românticas demais para um rapaz sério e reservado como ele. Achei fofo. Mas guardei aquele pensamento para mim. Continuei twittando, e só parava quando minha irmã falava algo pra mim.
E assim foi... Pegamos a menina que faltava e partimos para a casa da ex dele. Ele parecia ansioso, nervoso e até feliz. Apesar da ansiedade, se mostrava confiante. E assim permaneceu.
Quando chegamos à cidade onde a ex dele morava, o amigo da minha irmã ligou para ela falando que estávamos chegando, ela disse que estava num ponto de ônibus perto da sua casa. Então fomos até lá.
Chegamos. Ela entrou no carro. E apesar de estressada, simpaticamente deu oi a todas as pessoas que habitavam o carro do seu ex, inclusive a ele.
Fomos conversando, e ele não parava de cantar músicas do Roupa Nova que de certa forma poderiam soar como indiretas para ela. E soavam. Nesse momento entendi o porquê dela não querer ir com ele. Ele ainda a amava, apesar do tempo em que estavam separados. Ele a amava. Pude ver isso em seu olhar através do retrovisor.
 
Chegamos ao shopping, e lá conheci todas as pessoas que trabalhavam com a minha irmã. Todos muito simpáticos, mas confesso ter ficado meio deslocada no meio daquelas pessoas que tinha acabado de conhecer. Estava envergonhada, essa é a palavra.

Separados por grupos de 6, começamos a partida. Um grupo em cada pista.
Houve um momento em que minha irmã me cutucou e falou baixo no meu ouvido :

- Lê, o Francisco é bonito né?

Eu olhei rapidamente tentando saber a quem ela se referia. Vi o irmão do chefe dela.’’ Então Francisco era o seu nome’’ - pensei. E para a pergunta dela só pude responder um ‘’ É. ‘’ Até porque, beleza nunca foi um motivo forte pra que eu me interessasse por alguém.  A única coisa que eu pude perceber aquele dia era como ambos estavam sem graça. Estar no mesmo lugar que o a pessoa que sofre por você há 1 ano deve ser ruim. Mas estar a 1 metro de distância de quem (ainda) se ama e ter que agir como não se importasse é pior ainda.
Pois é. Ele estava impaciente, e muitas vezes ficava absorto. Preso em pensamentos quase codificados pelas expressões de sua face. E eu pensava comigo: ‘’ Eu sei o que ele está sentindo. ‘’ E sabia de fato. Pois amar e não ser correspondida foi o que me atormentou durante 6 anos. Mas passou. E eu superei.

Depois do Boliche, fomos todos para uma lanchonete. Comemos, rimos, nos conhecemos. E foi a partir daí que tudo começou...


 (Alessandra Rocha)





Um comentário:

  1. "Foi DEUS q me entregou de presente vc, eu q sonhava um dia viver, um grande amor assim..."

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