terça-feira, 23 de outubro de 2012

Querido ser inanimado

Acordei no meio da noite procurando por ele. Eu estava confusa e meio insone. Cocei levemente o olho, olhei para um lado, me virei para o outro e não o encontrei. Lembrei de tudo o que ele significava pra mim. Lembrei de todos os momentos que passamos juntos.
Por vezes, ele foi o responsável pelo sorriso espontâneo em meu rosto. Inúmeras vezes, foi ele que me faz sentir aquele friozinho de ansiedade na barriga. Através dele, me sinto conectada ao mundo exterior. É nele que eu me encontro. E é com ele que me perco. Com ele eu não me sinto tão só.
Lembrei-me de todos os suspiros que eu dei enquanto o jogava na cama. Lembrei de cada palavra dita e de cada palavra que eu ouvi. Lembrei de cada mensagem de amor.
Fiquei presa em minhas lembranças, absorta em meus pensamentos e confusa no escuro do meu quarto.
Me iludi ao pensar que eu sobreviveria sem ele. Pensei que eu fosse capaz de esquecê-lo por um dia.
Me enganei.

Entre tantos devaneios, voltei a procurá-lo ao meu redor. Virei-me novamente na cama e o senti embaixo do meu quadril. Tamanha foi minha felicidade ao encontrar meu celular. Eu sabia que ele estava por ali. Acho que adormeci com ele na mão enquanto esperava uma mensagem. Depois que o encontrei, coloquei-o em seu lugar de costume: ao lado do meu travesseiro. E então, pude voltar a dormir tranquilamente.


(Alessandra Rocha)

Um comentário:

  1. hahaha, eu jurava que você estava falando de um cara no começo, muito bom, deu um tom de humor ao decorrer do texto, gostei..haha

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