segunda-feira, 19 de março de 2012

Ele Sempre Soube - Meu coração

Madrugada, seis de janeiro de dois mil e doze.
Conflitos familiares sempre são desgastantes, ainda mais quando a solução desses conflitos não dependem de você. Eu não estava bem. Pra falar a verdade, não estava em condições de existir naquele dia.  
Hibernar seria uma solução plausível para o que eu estava sentindo. Eu estava perdida e continuaria se não houvesse um ''porto'' na minha vida. 

Ele sabia pelo que eu estava passando e resolveu me levar para o trabalho nesse dia. Ele queria me deixar melhor. Fosse com uma palavra qualquer ou um abraço. 

De tudo que ele poderia ser para mim, ele resolveu ser TUDO e mais um pouco. 



Entre tantas palavras de carinho, ele me abraçou, tirando quase toda a dor que havia dentro de mim. O silêncio ecoou no carro e o choro parou na minha garganta. Meus olhos que já estavam inchados de tanto chorar na noite passada, começaram a criar lagos de lagrimas  nos cantos novamente. A vontade de sumir ressurgiu, mas dessa vez não o suficiente para eu querer sair daquele abraço.

- Não fica assim meu amor, eu não gosto de te ver dessa forma. Eu quero te ver bem e sorrindo. - Ele disse com peso no olhar.

- Eu quero te fazer muito feliz, muito feliz mesmo. Sabe porque? - Ele continuou enquanto eu o observava confusa e exausta. 


- Porque eu te amo!

O silêncio que havia dentro de mim foi quebrado pelas lágrimas que agora desciam pela minha face como a nascente de um rio. Ouvir aquilo, anulou todo o sofrimento da noite passada. Acalmou minha alma que não encontrava o seu lugar e me trouxe paz. Eu não sabia como agir, apesar das lágrimas falarem por mim. Eu estava chorando novamente, mas dessa vez de felicidade. Me aninhei em seu peito e lá permaneci por alguns minutos enquanto eu começava um diálogo interior com meu coração. 


- Eu falei que era pra você ficar calma, ele te amava e demonstrava a todo momento, mas você, que sempre foi muito racional, duvidava de mim. Se você parasse um pouco de ligar para o que a sua cabeça pensa e  tivesse ouvido o que eu (seu coração) dizia, teria poupado longos dias de angústias e medos. 

Meu coração tinha razão. Ele demonstrava esse amor com seus gestos, suas palavras de carinho e seu olhar. Temos mania de esperar pelo concreto. Temos a estúpida mania de acreditar apenas no que vemos, ouvimos ou tocamos. O essencial não é apalpável, o essencial é sentido com o coração. 

Ah, ele sempre soube. Meu coração sempre soube que ele me amava

 Alessandra Rocha   



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