terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Voo livre

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Ela nunca entendeu o motivo de tanto sofrer. Ela achava que o amor tinha que fazer sentido. Aí ele surgiu e despertou um amor que não fazia sentido nenhum, mas que fazia com que ela sentisse, pela primeira vez, o peso de um amor leve e tranquilo.
Ela sabia que ele chegaria, só não sabia que seria tão de repente. Ele chegou e trouxe para ela as borboletas de voar no estômago, o frio que dá arrepio em espinhas e o medo que faz tremer as mãos. Ela sentiu medo e vestiu uma armadura para entrar no campo de batalha do amor. Ela queria descobrir como se entregar de maneira correta. Ela não queria ser demais, também não queria ser de menos. Resolveu então, que queria ser a medida certa. Coitadinha! Ela não sabia que não existe medida certa para amar. Quando descobriu, pulou do abismo pra mergulhar de cabeça nesse amor. Abandonastes o medo.

Ele já conhecia muito do mundo.Teve muitas mulheres. Experimentou muitos gostos e borrou muitos batons. 
Ela sempre se preservou. Não sabia o que era sair com mais de um numa noite, muito menos entendia o tal "ficar" dos jovens. Ela não gostava de brincar com os sentimentos. Pra ela, um beijo não era somente um beijo, como muitos se referiam. Um beijo era o selo do compromisso. Era o contrato do sentir. 
Ambos tinham muito em comum, principalmente as cicatrizes no coração. Eles já sabiam o significado da palavra "sofrer". Eles entendiam o que o outro sentia. E como entendiam!

Ele a enxergou com cuidado, não olhou apenas, como muitos fizeram. Ele a conquistou com carinho, e sem pressa foi preenchendo o seu coração com gotículas de amor.
Eles dançaram antes de trocarem o primeiro beijo. E o silêncio no olhar falou tudo o que eles precisavam ouvir. 
Ele não sabia explicar o porquê que a amava. Assim como ela não sabia explicar como sabia que era amada. Eles só sabiam que um encontro como o deles é coisa que acontece só uma vez. Ele a guardou do lado de dentro e ela fez do abraço dele sua morada.

 Hoje em dia ela voa sem sair de sua gaiola. É isso que o amor faz. 

Alessandra Rocha

3 comentários:

  1. O amor gosta de ser surpresa, aconchego, novidade... Isso tudo vi no seu texto e concordo.
    Mas a última frase... Parece dizer que o amor também é prisão(gaiola). Entendi certo? Se não, me corrija. Se sim, tenho que pensar muito para ver se concordo.

    Um terno abraço

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    Respostas
    1. Sim, o amor é uma gaiola com grades invisíveis. Quem ama, se prende por vontade. Por isso disse que ela "voa sem sair de sua gaiola". Um pássaro preso não consegue voar, e ela voa. Isso significa que ela está presa sem estar. É um paradoxo. E quanta lindeza se esconde nos paradoxos, não?

      Obrigada por comentar e questionar-me sobre isso.
      Volte sempre, menina querida e admirada.
      Beijos.

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    2. Com sua resposta acabei lembrando-me de Camões: "Amor é estar preso por vontade". Realmente é verdade, Alessandra. É uma prisão-liberdade. É ser sempre você. Respeitando o outro. Amando.

      Beijos no coração

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